segunda-feira, 5 de novembro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 17:27
A gaiola me sufoca, encurta minha voz e aos poucos cala meu canto. Não lembro mais como se voa, afinal, nem mesmo posso abrir demais minha asas aqui dentro. Engulo a água que me dão e enxergo as penas trocarem no meu corpo, como se o tempo estivesse de partida, mas eu não. O alaranjado do por do sol ilustra na paisagem longínqua qual perco aqui dentro, ou talvez, o que acredito estar perdendo. Sei que protegem-me de mim mesmo, melhor, de minha natureza selvagem que se extinta pela esquinas, mas toda vez que me alertam, me concedem a vontade de fuga. Qual a diferença meu pobre amigo, de extinguir-me enquanto voou, do que respirar enquanto presa? Ve minhas penas bem tratadas, meu bico limpo e unhas polidas, mas e dentro do peito? E o que deveria fazer, ao que naturalmente fui designado? Decoro apenas sua vidinha, enquanto poderia decorar os traços de todo o mundo.

O que você deveria saber

domingo, 21 de outubro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 01:10
Eu gosto de omeletes, daqueles com queijo e pimenta feitos quando chego tarde demais em casa. Gosto do cheiro de chuva também, e ainda mais de descobrir pequenos detalhes sobre mim mesma a cada dia. Amo respostas, amo entender de onde vem e para onde vai. Controle, deve ser isso... Adoro ter o controle da situação, de cada virgula, cada segundo. Porém, sorriu sempre que me tira ele.
Sou apaixonada por cores e acredito que tudo fica mais bonito com o alaranjado do por do sol, ou talvez em fotografias, quem sabe os dois juntos?! Encontro poesias em letras de musica e elas são mais importantes para mim do que qualquer melodia. Como diria minha grande inspiração: ou toca ou não toca.
Analiso pessoas, analiso situações e me analiso. Respostas nem sempre positivas, o que me leva a analisar mais um pouco, ai então solto comentários, algumas vezes óbvios,  algumas tantas de pura ironia que ninguém consegue entender. Nem mesmo você.
Amo frases de efeitos, momento em que a inteligência supera a linguá e ganha a sagacidade de uma admiração. Amo palavras difíceis também. E ainda mais quando alguém elogia algum texto meu. É, mais perto do eu ideal planejado milimetricamente: a escritora independente e artista. Bobagem...
Sorriu toda vez que alguma criança aparece, faço uma prece que em meu colo se encontre um ser pequenino algum dia, que teus olhos ao me encararem tenham a plena certeza que estarei ali, a qualquer custo, pois ali, nesse pequeno ser, estaria o maior sentido de todos. Amo sentidos! Pois é, e algumas vezes sou repetitiva também.
Acredito que um livro salvou minha vida, literalmente. Adoro tais trocadilhos, ele me fazem rir. Amo quando olha pra mim e ri de volta, é uma das melhores sensações que cheguei a conhecer.
Gosto das novas roupas, dos novos apetrechos e das novas direções tomadas, me retomam a um eu que achei perdido. No entanto, as novas palavras soltas, as risadas e amizades artificiais me intrigam. Agradar a todos sempre foi uma necessidade, mas encontrar o limite entre o que querem que eu seja e goste e ame, e o que realmente sou sempre foi um desequilíbrio que eu nunca consegui por em ordem. Ordem, amo ela. Gosto de coisas arrumadas e no seu lugar, mas meus sentimentos e pensamentos nunca compreenderam isso. Perfeccionista em tratamento, ainda não achei a cura.
Me encanto com contradições, emociono-me facilmente com histórias alheias. Amo tanto histórias que as invento. A moça do jornal, o senhor do ponto de ônibus, você no seu dia-a-dia. Ai vem bocas, braços e pernas... Neguei-me muitas vezes, mas amar, emocionalmente e fisicamente, é quase um vicio. Tenho tantos dele, mas o ato de pensar é notoriamente o pior.
Deus é um assunto polemico, crença total e conflituosa. Até onde ir? O que não fazer? Como perdoar? Como esperar  e apenas crer? E toda a politica que o cerca? Politicamente criada, e feminista por pais separados, me choco ao por saias floridas e rosadas pela manhã.
Volto a falar das cores, porém não sei qual é minha preferida. Acho que são fases, já idolatrei o preto e seu poder de protesto. Hoje condiciono a entender as diferentes nuances de cinza até chegar ao branco. Tento entender tudo, considerar lados, enxergar condicionantes e explicar situações. As vezes acho que errei tanto, que é necessário agora corrigir. Corrigir esse mundo que me fez, que fez a tudo que o destrói pouco a pouco.
Sou notoriamente confusa e tento por esse tom de mistério apenas para que ache graça em me desvendar, mas não está interessado e supostamente acho que ninguém está mais interessado em desvendar ninguém. O que de certa forma é positivo, pois convenhamos, não a muito a ser revelado. Mas então, esse ar que aprendi com minhas divas dos anos 60 apenas introduzem um ar de antipatia que muitos acreditam ser frigido. Palavra engraçada, pouco condizente?!
Me sinto estranha quando falo com conhecidos - já podem esperar demais de mim, mas aprendi a me lidar bem com estranhos. Amo quando acreditam em minhas máscaras e quando facilitam o processo de não querer ouvir o que eu não quero falar. Mas as vezes necessito dizer e você não quer ouvir também.
Sou obcecada por grandes momentos, nunca vivi nenhum. Perdi pessoas que amava, aprendi a amar menos. Ainda amo demais, sobra remanescente que aflige ao mesmo tempo que protege.
Enamoro-me da liberdade, sinto que a conheço pouco. Obrigo-me a extrapolar os limites, reprimo-me logo em seguida. Solta a grade da minha janela, ou gaiola, e me leva com você. Você não virá, preciso de um novo modo para escapar. Tento por meio de palavras, soa vão e incompleto. Confuso novamente... Ou seria apenas facilitador? Uma maneira de te dar as respostas prontas de tudo o que eu queria que já soubesse de mim, o que queria eu mesma saber. Que gostasse de cada surpresa em me conhecer de modo que ainda não aprendi a gostar e que berrasse aos quatro ventos que só sorri quando me vê!  Tolices, bobagens e efeitos colaterais de tantas comédias românticas que colecionei na minha vida. Já disse que amo filmes? E romances? E milk shake de corneto? Tem também os cds de MPB. Ah, há tantas coisas a contar, sente por um tempinho a mais, deixe eu lhe contar uma história...



Amor da minha vida...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 01:56

Lembro-me das luzes, da música extremamente alta e dos sentidos já esvoaçando de tanta tequila que havia pego no bar - Open bar a propósito, gostava quando Regina me bancava nesses luxos. Queria esquecer de algo, provavelmente algum idiota, mas naquele segundo nem me lembrava de algo que não fosse o ritual místico do sal e limão. Noções que eu nunca esperava em ser as características do ambiente ideal para conhecer o homem dos meus sonhos, e sabe, fico extremamente feliz que não tenha sido lá.
 Voltei mais cedo naquele dia, meu estomago já havia dado sinais de que beber demais sem comer havia sido uma péssima ideia, e então, quando no dia seguinte eu apareci com olheiras enormes e um lenço estranho no cabelo – Sério, eu realmente me achava estilosa naquele ar vintage – no almoço de família na casa do meu amigo e simplesmente o vi ali, sentado, com uma garrafa na mão tentando entender as piadas infames que apenas as famílias grandes tem a oportunidade de vivenciar, encarando todo o espetáculo de vozes altas que eu fingia achar exagerado... Não sei, acho que se pensar agora, noto que sabia que era você. Essas certezas ridículas de almas gêmeas que eu tanto satirizei na segunda década de vida berravam no meu ouvido quando as nossas conversas saíram soltas, quando os silêncios faziam sentido e não traziam desconforto quando tudo que podia pensar era como alguém podia sorrir daquele jeito. Voltei meio embriagada para casa, mas dessa vez era do seu perfume de roupa limpa.
 Controlei meus instintos, convenci que era alguma carência efetiva digna de uma boa TPM que estava por vir e apenas me deitei encarando o teto tentando apagar qualquer resquício daquela tarde. Lembro que trabalhei no dia seguinte e que no meio do almoço, encarando a muvuca de pessoas que estavam ali, o celular tocou. Números desconhecidos sempre me remetem as operadoras de telefonia com ‘ofertas inigualáveis’, não ia atender, mas então me vi dizendo alô, e tamanho foi o choque quando simplesmente uma voz rouca - com espaços entre as palavras, como se não soubesse o que dizer-  clamou um “peguei o numero com o Rafa, espero que não se importe mas...”. Acho que nem me lembro do resto, só que tinha sido a primeira vez que eu havia gostado de um ‘mas’.
  Veríamos-nos naquela noite, em plena segunda-feira, e acabaríamos com mais um japonês na terça e um cinema na quarta. Isso gerou mais e mais encontros de conversas engraçadas, simples e de tanta naturalidade que fui eu a lhe convidar para assistir um filme em casa. Acho que entendeu o recado pois não conseguíamos ficar mais um segundo sem nos tocar e assim, foram-se três curtas semanas em que a cama – ou o sofá, mesa e tapete – foram imãs fortíssimos. Em quatro meses todos te aceitaram, chegamos até a sair em conjunto com meu pai e a esposa. Foi horrível, mas cada vez que apertava minha mão ou inventava algum comentário, ria de algum detalhe e condizia com aquele suspiro de “está acabando, aguente firme!”  simplesmente me animava. Não como heroína como haviam sido alguns relacionamentos pessimamente anteriores, mas como algo natural, como se aquela alegria fosse minha e estivesse sempre ali.
Não era, lembro que nossa primeira briga por algo idiota, suponho que ciúmes da sua parte, me levou a Adriana... Queria nunca ter conhecimento sobre ela. Melhor, queria que Adriana – Adriaaana, como seu sotaque inútil fazia soar – nunca tivesse nascido. Mas ela existia, e existia todo aquele carinho, e todo aquele ar de que ela tinha feito parte da sua vida. De como maduros decidiram seguir seu caminho, como amigos, claro. Como aquele ar de inacabado, de recesso, de tempo, simplesmente foram minando meus nervos ao perceberem que se você era meu primeiro Amor – não paixão ou qualquer outra coisa, mas Amor mesmo, de letra maiuscula de Camões – ela foi o seu. Tentei apagar essa informação, mas obviamente não deu certo e assim, dois anos e meio depois, em pleno almoço de noivado, ela tinha que aparecer. E ela tinha que segurar sua mão e ali, naquela curva de sorriso seu, me perguntei se não foi por esse momento que havia esperado até então. Quando não soube me responder isso, pois obviamente eu perguntei, eu tive certeza que meu primeiro sobrinho não teria idade para ser o pajem do nosso casamento. Terminamos,  e quem dessa vez foi seguir seu caminho fui eu.
Em dois meses me mudei para Porto Alegre, obviamente pela ótima proposta de mestrado que havia recebido e não por que o via em cada canto da cidade, e assim nosso contato se fez meramente por comentários soltos que o Rafa brilhantemente fazia em nossas conversas de Skype. Voltei a sair, tinha que fazer amigos e aos poucos minha mãe parou de te xingar e isso aliviou a pressão que fazia no meu peito cada vez que eu lembrava de você. Então conheci Teddy, e simplesmente por rir desse apelido idiota as coisas começaram a funcionar fáceis entre nós. Não era paixão alucinante como os casos citados anteriores a você, e muito menos amor, mas um companheirismo, uma amizade, que me fizeram entender o quanto cômoda podia ser aquela situação. Logo dávamos super bem, trocavamos email´s no meio do trabalho, riamos de situações embaraçosas, ligávamos para contar como foi o dia, comprávamos ingressos para shows horríveis ou dirigíamos até cidades de poucos mil habitantes apenas para escutar um conversa qualquer entre as pessoas que encontrávamos. Desligávamos a TV, escutávamos jazz mesmo ele os odiando só por que sabia que eu ficaria excitada e que acabaríamos suprimindo as minhas ‘necessidades’. Isso acontecia com frequência. Logo ele exigiu um título, algo que soou como Minha vó vai passar o fim de semana dela aqui. Preciso de algo mais do que ‘a vizinha gostosa que eu transo’ ou a moça ‘que me empresta a maquina de lavar desde que a minha quebrou a seis meses’”. Lembro que eu ri e quando vi o beijei com um “É, pode me chamar de namorada!”.
As conversas aumentaram, a quantidade de sexo também. Logo estávamos a dois anos juntos. E, seriamente, mesmo te vendo no batizado da filha do Rafael, pai solteiro – sempre meu ponto fraco –  pude perceber que a dor havia passado. Você falou que não, que ainda era lastimável, que nunca seria tão bom com outra pessoa. Mas, quando vi os olhos de Teddy nos vendo, lembro da moça de coração remendado que fiquei após te ver com Adriana. Obviamente ele não gritou. Apenas se afastou, sentou em nossa mesa e espero até o final da noite quando nos direcionamos para casa da Malu.  Lembro-me de parar na porta da casa da minha irmã e ele me perguntar se queria que fosse para um hotel. Noto que ele viu a confusão em mim, como se todo aquele tempo ele soubesse que o homem de termo cinza era aquele que havia deixado com a alma no mesmo tom quando fui fugida para Porto Alegre. Engraçado, mas foi nessa cidade que eu realmente aprendi a ter um porto, a ser alegre.
Sei que a facilidade com que falávamos, eu e você, aquela sensação de certo e óbvio, de como passamos três anos achando que deveríamos ser eternamente felizes e juntos, como de fato poderíamos ter sido se não fosse aquele condicionante de cabelos escuros, nunca venha. Pode ser que eu sempre te ame, e que se Teddy não tivesse me olhado e dito que “queria ficar”, eu simplesmente balançasse se daqui a duas semanas tu aparecesse no meu casamento pedindo que eu não fizesse isso. Mas sabe, eu aprendi a amar ele. A gostar da barba que nunca será cerrada como a tua, mas que fica um charme pela manhã; dos DVDs pré-históricos que ele coleciona ou de como franze a testa cada vez que falamos em vender o mustangue. Aprendi a criar conversas que interessavam a ambos e a aturar silêncios de quando ele esta bravo com algo. Sei enumerar os defeitos dele, mas possivelmente também sei como ele faz para deixar os meus mais suportáveis e de como as omeletes de queijo são as melhores na sexta a noite. 
Bom, sei que ele nunca será você, sabe, o homem certo, o amor dos meus sonhos, o cara que simplesmente cantaria para mim em meio a uma multidão só para exibir o quanto me ama, até por que ele morreria de vergonha e sua voz é terrível, mas ele é o amor que eu aprendi a ter, que eu ergui todos os dias e construi a cada tentativa de perceber que você era meu primeiro amor, mas seriamente não o real.
Assim sendo, peço que venha sim ao meu casamento, mas que possa ver da platéia o que eu seriamente nunca achei ser possível acontecer:  eu dizendo sim ao homem que cheio de defeitos e manias nunca será você, mas que certamente é o segundo e último amor da minha vida.

Amor, eu.

domingo, 26 de agosto de 2012 - Postado por Kamila Silva às 20:59

É a primeira vez que pego para escrever depois de tudo. Sabe, depois de caixas de papelão e o glamour de vinte anos morando no mesmo lugar. Meu coração dispara e a respiração fica difícil, sei que é por isso. Estou em crise, não é nenhuma novidade e talvez sua única diferença seja o motivo. Não, o elo principal ainda são as crises existenciais, mas o grande desafino ecoante nos meus dedos se chama de amor... Estranho não? Eu. Sim, justo eu e o amor. Não cabemos na mesma frase e talvez seja exatamente por isso o motivo de tantos pensamentos. Como um objeto quebrado, talvez uma jarra de vidro, não posso receber isso. Esse sentimento liquefeito a que todo mundo corre atrás desesperadamente. Digo, sem metáforas muito profundas, que não sei como agir. Não faz parte do meu manual de fabricação. Na verdade, acho que esqueceram desse capitulo. Como se estivesse o tempo todo vagando entre  um e outro a espera de um numero que nunca virá. Mas então me pego de surpresa com sorrisos bobos e tolices piegas de quem cede a razão e manda mais um ‘olá’... Ele não quer mais meus olás. Talvez meus seios, minha língua e minha atenção. Mas nada mais, ninguém mais. Vago na incerteza de respostas de todos os lados, como se não saber da minha vida – convenhamos que não é surpresa – se agravasse a não saber o que ele pensa, o que ele quer. Sei que não sou eu, então por que insisto na resposta? E por que não poderia ser eu? Como um velho jargão de um filme repetido escuto a mocinha de covinhas encantadoras soar “Sei que não é o cara certo para mim. Mas por que mesmo?” Mas terá alguém? E terá mais alguma resposta? Já não bastasse todos os equívocos, todos os erros e pecados, por que precisaria desse a mais? Escutei músicas na madrugada de ontem que eu mesmo encontrei, foi meu momento feliz. Era eu nelas, era meu gosto, minhas escolhas... Mas ali, naquele segundo que achei que tinha encontrado um tantinho de resposta, de afago, admiti na frente de um reflexo sem sabor que tu estavas nelas também. Minha única resposta de quem sou e te encontro? Amor, era isso que nomeavam os tolos? Se achar em alguém, descobrir se gostar quando gostas daquele sorriso. Daquele sabor, daquele não pensar. Pois bem, e o que fazer quando esse bem querer é unilateral? O que fazer quando o maior interesse for apenas uma tentativa de esquecer o mundo e os problemas? Essa camisa maior do que eu que carrego no corpo, certamente não me responde muitas coisas, nem mesmo o cheiro agridoce nos lençóis ou as lagrimas que desceram de meu rosto no banho morno. Como romances melodramáticos dos anos vinte deixo frases soltas de amargo pesar, de um romance sem final feliz e de um único amor que me deu respostas, as que tanto pedi, mas que talvez fosse melhor nem achar.

quinta-feira, 12 de julho de 2012 - Postado por Kamila Silva às 11:13
Tento, de todas as maneiras, fazer você querer ficar aqui. Engulo meu orgulho, apago os maus pensamentos e até resmungo algumas palavras de teor moralmente duvidoso, pelo menos para as santas de criação católica que eu deveria ser. Não é suficiente. Percebo claramente e muitas vezes condeno como erro meu. Está certo, todas as vezes condeno como erro meu. Mas, por um segundo, ou menos que isso, te pergunto: é mesmo? Não foi você que me procurou primeiro? Que me viu distraida e quis ocupar o espaço tão exclusivamente vazio que, por ventura do destino, calhou de estar desocupado? Estava tão bom daquele modo, digo, não bom o suficiente para acreditar que era melhor daquela forma para o resto da minha vidinha, mas bom o suficiente para entender que é melhor do que o modo que está agora... Confuso, eu sei. Sou assim todo o tempo, e neurótica e complicada, mas nunca pra você, pois como um se fosse mentalmente incapaz - sutileza para débil mental - fico facilitando tudo. Calando meus anseios  e crises existenciais só pra fazer com que não enxergue a confusão nebulosa que eu sei que é a minha cabeça e fuja. Não é suficiente, mais uma vez. Tua vida está pronta, digo, nunca me prometeu nada, acho que até me avisou com aquela história de "sem estragar a amizade". É, pois é, culpa minha de novo. Mas e antes de chegar a tal ponto, fui eu também?  Todos esperavam por esse momento, digo, quem é que nunca olhou para o meu passado desamoroso e disse "Calma, quem vai sofrer uma hora é você...". Talvez seja isso... um grande plano, o troco final, culpa minha! Engraçado, deve ser, mas nesse segundo não acho a menor graça... As mensagens rotineiras não vieram, o seus cumprimentos de "boa noite anjo" se extinguiram e os pensamentos de que está sorrindo ao lado 'dela', o 'ela' que te tem posse, apenas completam a sensação clichê que eu nunca queria passar. Mas então porque quando se aproximou, meu cerebro não foi suficientemente capaz de perceber e pensar - como tão habilmente insiste em fazer o tempo todo - e concordar "É, melhor não estragar a amizade, boa noite, tchau e não me liga!"? Minha culpa, minha culpa, minha culpa! Ou do meu coração, não sei. Isso é, se é para ter sido desse modo, por que tinha que acontecer? O que vão me dizer é "todo mundo tem que passar por isso", ou "que o tempo vai curar", claro, sem esquecer os mais maldosos e verdadeiros, que irão declarar que eu "sabia que aconteceria antes de fazer"... É, eu sempre esperei que acontecesse, mas agora, fato e completo, me pergunto por que não podia estar errada? E, poxa, por que é tão errado eu querer estar errada? Concentro-me no tal discurso do "vai passar" e vou esperando que passe, o sentimento, as lembranças e até a culpa... Mas, me diga, antes que eu enlouqueça mais do que o insano que jã sou e não conhece, quanto tempo demora para te esquecer? Para não querer que fique? Percebo, tolamente, que não é esse segundo. E talvez não a próxima semana e ridiculamente não o próximo mês que volto a te ver... Assim sendo, me ajuda razão supervalorizada, e apenas me de forças para evitar a crise de adolescência tardia e mandar mais uma mensagem... Nem que seja só mais uma de bom dia.

sábado, 9 de junho de 2012 - Postado por Kamila Silva às 17:21

"_ As putas da Augusta vão gripar.
Só nós dois na sacada olhando as nuvens querendo despencar, e eu penso em voz alta ‘as putas da Augusta vão gripar’.
_ E lucrar infinitamente.
Sento na sacada, te agarro com as pernas, te puxo pra perto.
_ O frio potencializa qualquer solidão…
_ E é aí que as putas da Augusta entram.
Pego teu cigarro, trago fundo, passo a fumaça pra tua boca, você recupera o cigarro.
_ Quantos dilúvios até a Terra se acabar?
_ Não sei. Você acha que vai acabar inundada?
_ I don’t know.
_ Vamos fazer uma aposta?
_ Que aposta?
_ Eu acho que o planeta vai acabar numa implosão. Se encolhendo, sabe? Tipo um big bang ao contrário, vai tudo voltar ao ponto minúsculo que um dia foi. E o mundo, as sociedades, vão regredindo lentamente até isso. Como uma fita que é rebobinada devagar.
_ Marx fala um pouco disso, que os sistemas avançam até seu apogeu e depois não suportam a si mesmo e se superam, se transformam em outra coisa.
_ Foda-se Marx. Eu não tô falando de superação, tô falando de retrocesso.
_ Eu sei.
_ E então? Qual teu palpite? O mundo acaba de que jeito?
_ Um grande terremoto inunda um continente inteiro, (de preferência América do Norte) os oceanos transbordam com o volume, o mundo acaba primeiro em fogo, destroços, cidades desmoronando… Depois em água.
_ Sobreviventes?
_ Não, nenhum. E na tua teoria?
_ Não, claro que não.
_ Se eu acertar o que eu ganho?
_ O melhor sexo da tua vida.
_ Mas isso eu já tenho.
Respondi por impulso, ele riu.
_ Quem disse que eu tava falando de você?
_ Você, quando percebeu que falou demais e ficou vermelhinha.
_ Você nem viu se fiquei vermelha, tá escuro.
Ele passou a mão pelo meu rosto, eu virei, a cidade pulsava sem pausa.
_ Tua pele fica quente, teu rosto se aquece. Eu tô perto o suficiente pra sentir. E o que eu ganho se acertar?
_ Caso contigo.
_ No apocalipse?
_ Não gosto desses termos, mas se você prefere… Sim.
_ Puta que pariu. Tenho que esperar o mundo acabar pra gente se casar?
_ Você devia gostar, vai faltar tempo.
_ Pra que?
_ Pra gente se odiar. Não é o que quem casa sempre faz? Em um momento ou outro sempre faz.
_ Vou rezar hoje.
_ Really?
_ Yeah.
_ Quer se converter antes do fim?
_ Não, vou pedir pro mundo acabar. Vou tentar antecipar.
_ Boa sorte."— Sofia. 

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terça-feira, 5 de junho de 2012 - Postado por Kamila Silva às 13:58
TU E EU" – Luis Fernando Verissimo

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
E não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

F.

domingo, 3 de junho de 2012 - Postado por Kamila Silva às 19:44
"É isso que eu gosto em você, seu realismo, sua espontaneidade, sua falta de modos. É isso que eu acho bonito numa pessoa, você vive sua vida, aceita suas limitações, não dá muita bola para o que os outros vão achar de você. Às vezes eu acho as pessoas tão igualmente diferentes, sempre pendurando arengas no pescoço e fazendo um esforço tremendo para parecer legal. Você é você. Estou certo que existem almas formidáveis por toda a cidade, mas se eu fui gostar logo de você, isso quer dizer alguma coisa." - G. N.

Postado por Kamila Silva às 21:06
Queria dizer tantas coisas pra ti, de verdade. Não, não é a coragem que falta, aprendi a te-la na marra em muitos casos e em outros tu mesmo me ensinou. Lembra que me dizia que sempre que eu fugia – acontecimento de certa frequência – o motivo da fuga me encontraria depois?  Só sei que tu não me achou e isso é algo que eu não consigo entender.  Ou pior, você estar, mas não do meu lado. Não do modo que todos sabem, ou melhor, nos sabemos, ser o certo. Você nunca gostou do certo e agora vai se rebelar até que não seja mais a hora... Sinto dizer, mas vou torcer para que passe rápido, afinal, acho que finalmente cansei. Sim, até das conversas, dos risos, do modo que parece tudo ficar mais fácil quando esta por perto. Cansei de esperar que se interesse, que deixe seu tédio de malandro paulista desgovernado a ponto de sentir minha falta e que sempre orgulhoso demais me de um sorriso sem jeito e disserte o quão difícil é sua vida. Mas ela não é e nunca foi. E sabe, vai ter que encontrar outra pessoa para ver tudo que esconde, pois meus ares sherloquianos ficaram fechados para balanço em relação a você, e quando alguém nem ao menos notar a curva ligeira que faz com os lábios ao estar chateado espero que realmente lembre que eu adorava zombar dela a ponto de te fazer rir. Não por vingança, não é isso, mas realmente um anseio de perceber que raramente vai achar alguém que te ve além do seu cabelinho bonito e guitarra elétrica. Como diria a Bernardi, dá ta certa dó de ti. E só meus nervos sabem o quão você sabe aproveitar disso e fazer cara de pobre coitado que precisa de carinho. É um ponto a seu favor: não vai faltar mulher dando isso pra ti, ou dando qualquer coisa, para ser sincera. Não, também não vou sentir ciúmes ao pensar nisso e nem na falta de seu jeitinho de dizer que era hora de ir pra cama em noites frias. Sabe, a noite ta fria hoje e o mundo caiu nas minhas costas, mas você não esta aqui. Será que entende? Não, mas vai entender quando aparecer novamente na minha porta bêbado e eu te deixar lá fora. Sei que duvida e sei que nos próximos dias, ou talvez meses, eu duvide de mim também. Sei que resistirei bravamente a responder os dois milhões de sms´s que manda, de atender as ligações no meio da madrugada ou de quando sair mais cedo da sua aula de Trabalhista e dizer que precisa escutar minha voz eu simplesmente dizer que estou muito ocupada pra ti. Exato, mais do que tudo, eu quero estar muito ocupada pra ti! Mesmo que isso signifique a novidade assustadora de ficar sozinha por um tempo em companhia de um livro, musica ou sorvete, de desligar os sorrisos programados e perceber aquele loiro incrível que me faz bem e dar a mão a torcer que pode ser assustador começar de novo, mas mais errado é esquecer muito do que acredito e ceder a seus encantos toda vez que aparece. Hoje faz três meses que estamos nesse “quase” separados, nove meses que estamos nesse “quase” juntos e acho que finalmente nasceu. Nasceu minha vontade de te dizer essas confusas palavras que só esclarecem que o tempo vai passar de novo e de novo, e que quando perceber que a hora certa passou, essas que até seus amigos da balada da Augusta admitem ser, e sentir um pouquinho de desprezo pela sua falta de capacidade de perceber que foi tudo por sua típica vontade de contrariar, de fugir dos seus próprios sentimentos e duvidas, que a falta de coragem foi sua e por isso eu não vou estar mais ali. Ironico, eu sei, mas como ama dizer, o que seria da vida sem as ironias?!

Postado por Kamila Silva às 11:08
Já tomei minha dose por hoje, e essa, além de seu poderoso articio alucinógeno - conhece algo que de mais ilusões? - conhede-me arritmias, desconcentraçao e agonia... Porém, a abstinência é pior, afinal, mesmo fazendo tanto pouco tempo do uso, a pele já alarma sua falta. O que posso fazer? Dificilmente havera mais consumo hoje, mais atenção e calma. Céus, a fala é tão solta quando na sua presença, a auto-estima se engrandece e seu simples sorriso me abastece de uma forma que pouco penso, pouco racionalizo e tanto sinto. Devia procurar em qualquer esquina algo, ou alguém, que me conceda sem cobrar tanto o que me proporciona sem ao menos imaginar, mas é óbvio que apenas drogas mais fortes gerariam tolerância. Entretanto, a grande questão se instala, há droga mais forte que esse sentimento? Ou ainda ei de descobrir um pior? Se assim o for, temo minha vida. Sim, pois se isso ainda for ligeiro e leve, mas que já causa tanto reboliço, imagina o que será quando de fato ocorrer tal overdose... Deveria entrar em alguma clinica de reabilitação antes que o pior aconteça, mas e essa, onde seria? Uma boate, um bar, uma esquina? Eis o lugar onde as filas crescem cada vez mais a procura de cura, mas acho dificil, afinal, tal solução só me deixaria com mais plena certeza que prefiro o extase de sua compania e a heroina de seu companheirismo... Dificil condição de um dependente, eu sei. Mas o que posso fazer? Vicie sem ao menos perceber, desprotegida em minha ilusão de bem querer sem troca, de atenção rara e quando dei por mim: tarde demais. Janis Joplin que se cuide, acho que minha overdose é pior..

quarta-feira, 4 de abril de 2012 - Postado por Kamila Silva às 17:27
"Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo." - Caio F Abreu



terça-feira, 3 de abril de 2012 - Postado por Kamila Silva às 19:07
É engraçado - e também uma tortura - sentir tanta coisa ao mesmo tempo quando se aproxima. Pensar e elaborar difíceis discursos com conversas irônicas, leves e de gosto do quero mais, mas que apenas em raras ocasiões são seguidas. Não, normalmente há apenas uma muda solidez de saber que não é um personagem que eu dirijo, que é totalmente difícil ler seus humores e reais pensamentos - Percebe que sua humanidade de as vezes falar o que não pensa me irrita? - Mas ai, quando certas  palavras escapam de seus lábios e conseguem emitir aquela sensação mais agradável que cappuccino em dia frio, eu me pergunto: como pode? Sei que não é possível, sei que é caminho de uma mão só. Sim, eu sei de tudo. Juro que consegui fazer alguns testes de QI na Internet, mas esse tom é novo. É curioso, engraçado e torturante, mas tão bom. Mão única, mão única. Repito inúmeras vezes... Concentro-me que talvez sejam ilusões para preencher alguma solidão remascente de rotina ensandecida, mas ai como sempre, minha atenção se esvai e a imaginação se aflora: Já pensou como seria? Claro que não, é uma mão unica. Tristes mãos únicas, acho que pela primeira vez sinto falta de um congestionamento.

segunda-feira, 2 de abril de 2012 - Postado por Kamila Silva às 11:27

É dificil andar pelas próprias pernas, sempre dá vontade
de esticar a mão e pedir um auxilio de quem esta mais próximo. No entanto,
em grande parte das vezes, nessa cidade em que o conhecido mal lhe olha, 
quem se aproxima muitas vezes não é por querer estar perto, é por falta de espaço. Espaço
vital, acessivel, condicional de ar e aconhego. Estranho me dar tão bem por aqui, eu sei, 
mas talvez precisasse de espaço para descobrir como as minhas pernas funcionavam por si 
só, que se eu caisse, o único jeito seria levantar. 

quarta-feira, 28 de março de 2012 - Postado por Kamila Silva às 21:32
“Já se pode beber nos Estados Unidos com 21 anos, precisa significar alguma coisa” - Luka 


- É, o Luka da Ana existiu e hoje, sabendo que fui eu que escutei isso dele quando fez 21 anos pergunto: Significa o que? Ana é alheia e parte de mim, já fez vinte e um anos e hoje parece estar enraizada nos meus mais profundos pensamentos de uma madrugada estranha. Não desenho o projeto que tenho que entregar amanhã, metade dos meus cumprimentos de aniversário foram meras formalidades de rede social e o saudosismo impera em estágio crônico. Se a Ana mudaria o mundo com seus coturnos pretos, onde foi que perdi essa parte? Quando as palavras me voltam - algo que não ocorre com frequência agora devido a opressão da Universidade - eu volto a acreditar, mas passa tão rápido. Nessa quarta feira chuvosa Kamila Silva fez 21 anos, e Ana e eu, perguntamos: Significa o que? Tenho 365 dias para descobrir, mas tenho medo de não fazer diferença nenhuma. Só há sapatilhas agora no armário. 

Postado por Kamila Silva às 21:15


Ana ainda não dormia, encarava o teto como se implorasse para que além de concreto e teias de aranha - as quais teria que limpar uma hora ou outra -  também surgisse uma resposta. A razão, sempre tão bela companheira, recriminava como ela podia ter a capacidade de perder o sono, a fome e o controle dos batimentos cardíacos apenas por coisas tolas como um sorriso. Essa não era Ana, rebatia a massa cinzenta, a Ana era a revolucionária de coturnos pretos que mudaria o mundo e não acreditava em romances melosos... Romeu e Julieta era uma sátira aos amores adolescentes, complementava. Tolices, Ô coisa complicada essa que é o coração, rebatia o próprio, adora inventar fantasias que sabe que não existem só para bater mais forte em um único milésimo de segundo.  Devolvia a inspiração perdida na rotina mais programada que os carnês jogados em cima da mesa, mas fazia Ana se entender tão pequena perto da loucura de se viver, de se sentir... de se amar. Amar não era pra Ana, um amor complicado então só tornaria seu desacostumado coração em fragmento, assim como o de sua mãe um dia também o fora. Pensar assim na mulher que lhe dera a vida e partira por amar demais apenas comprimia ainda mais seu coração. Aquele que batia demais segundos atrás, agora compadecia de um medo assustador. - E se eu amar, o que será de mim? - Sua solidão era menos assustadora do que a entrega total do amor e os efeitos que ela podia trazer. Amar não era bom, foi o que tinha aprendido mesmo antes de saber o que era amor. Em verdade, preferia naquele instante nunca saber. Porém as teias de aranha do teto se tornavam graciosas quando ele estava por perto. O que podia fazer? Retiraria elas com um vassoura assim que o sol raiasse, mas até final daquela noite, deixava sentir a sensação desconhecida do coração vibrar em mais um milésimo de segundo. 



sábado, 17 de março de 2012 - Postado por Kamila Silva às 16:54
‎"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez." Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 05:05

Velha e Louca

Mallu Magalhães
Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca.
Pode avisar qu'eu não vou,
Oh oh oh...
Eu tô na estrada,
Eu nunca sei da hora,
Eu nunca sei de nada.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
Pode falar qu'eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.
Pode falar, não importa
O que eu tenho de torta,
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.
Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 07:23
"Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência." - Martha Medeiros

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 05:31
"Esta em todo canto, cada parte que olho, uma noticia estranha:dizem que voltou! O ar da cidade, o mesmo que você respira agora, me condensa a um estado impróprio de consciência, algo distante do lamentável ponto racional que me obrigo a pensar. Devido a isso, as más linguas me encaram, esperam respostas ou pequenos gestos que condenem o que penso, pior, o que sinto. Esforço a me conter na naturalidade de uma rotina, no turbilhão de trabalhos e na ausência de pensamentos. É dificil... Memórias em cada parte de mim. Você voltou? Mas por quê?"

[-Divagações a parte...]

Postado por Kamila Silva às 19:30
Queria poder dizer que tudo vai ser diferente amanhã, mas não posso. Coloco uma grande mascara de sorriso sobre o rosto, daquelas que inundam a todos com a plena certeza de alguém que nunca chora, que nunca se deixa afligir... Mas e a verdade, onde fica? Supervalorizada por todos, e completamente por mim, me deixou de canto por mais uma década sem bussola. Destino borrado por infantilidades imediatas, tateio o escuro em busca de respostas. Elas não estão lá. Deveriam estar na mesma carruagem que a verdade. Pena os cavalos dessa serem mais rápidos do que eu consigo chegar, seja com a razão e por tão menos na emoção. Complicações, charadas e mentiras a parte; ninguém entenderá mesmo. O que importa?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 12:15
As forças me esgotam, a armadura colide com a outra como placas tectônicas em pleno oceano. Acho que é o Indico, ou seria o asiático? Seriam, ambos o mesmo? Não importa. Berro com trejeitos mudos sobre a pieguice de quem coloca o que sente para fora. Poderia ser melhor se assim o fizesse? Poderia, melodia interna, soar aos ouvidos com menos intensidade. Acho que gosto de jazz, mas nessas horas, desistiria de um tsunami por um soul music.

domingo, 8 de janeiro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 11:00
Moço da platéia: "Se o senhor assumisse a direção do Big Brother, o que o senhor faria de diferente?"
Boni: "Eu jamais assumiria a direção do Big Brother”


Serginho Groisman: "Você realmente gosta de assistir televisão?"
Bial: "Eu gosto de assistir especialmente os programas ruins da televisão"
Boni: "Então você gosta de assistir o BBB"

Show de Alfinetadas no Altas

Horas/Caetano riu muito

terça-feira, 3 de janeiro de 2012 - Postado por Kamila Silva às 18:39
Casa Arrumada - Leda Gino

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas…
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida…
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto…
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos…
Netos, pros vizinhos…
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias…
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela…
E reconhecer nela o seu lugar.