domingo, 30 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 13:15
Primos, tios e parentes que eu não via a um século... Sabe, daquele lado da familia que sempre parece mais assustador, quando comparado ao outro? Pois bem, haviam eles, e havia também carne e um verde que chegava, junto ao calor, perturbar os olhos. Crianças correndo de todos os lados e uma onda de "Ual, como você cresceu" de mesma intensidade. Havia um temor dentro de mim que seria mais um pesadelo como havia sido durantes todos os vinte anos anteriores, mas ai, de repente, surpresa, simplesmente não foi.

sábado, 29 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 04:55
TRECHO DA CRÔNICA DE LUIZ FERNANDO VERISSIMO

(...)
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública *(aliás, todos os professores)*, carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.


(...)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 13:17
SOMEWHERE OVER THE RAINBOWN - LEONA LEWIS
Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams
That you've dreamed of
Once in a lullaby

Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly
And the dreams
That you've dreamed of
Dreams really do come true

Someday
I'll wish upon a star
And wake up
Where the clouds are far
Behind me
Where troubles melts
Like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly
And the dreams
That you dare to
Oh why, oh why can't i?

Well, i see
Trees of green
And red roses too
I'll watch them bloom
For me and you
And i think to myself
What a wonderful world

Well i see
Skies of blues
And clouds of white
And the brightness of day
I like the dark
And i think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow
So pretty in the sky
Are also on the faces
Of people passing by
I see friends shaking hands
Saying how do you do
They're really saying i
I love you

I hear babies cry
I watch them grow
They'll learn much more
Than really know
And i think to myself
What a wonderful world

Someday
I'll wish upon a star
And wake up
Where the clouds are far
Behind me
Where troubles melt
Like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere over the rainbow
Way up high,
And the dreams
That you dare to
Oh, why, oh why can't i?

Em Algum Lugar Além do Arco-íris

Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá no alto
E os sonhos
Que você sonhou
Se tornaram uma canção de ninar

Em algum lugar além do arco-íris
Os pássaros azuis voam
E os sonhos
Que você sonhou
Se tornam realidade

Algum dia
Eu queria que uma estrela
Atendesse meu pedido
Me levando para o além das nuvens
Deixando tudo para trás
Onde os problemas derretem
Como balas de limão
No topo das chaminés
É onde você vai me encontrar

Em algum lugar além do arco-íris
Os pássaros azuis voam
E os sonhos
Que você ousou
Oh, porque, oh porque eu não posso?

Bem, eu vejo
O verde das árvores
E rosas vermelhas também
Eu verei elas florescerem
Para nós
E eu penso comigo
Que mundo maravilhoso!

Bem, eu vejo
Céu azul
E nuvens brancas
O brilho do dia
Eu gosto do escuro
E penso comigo
Que mundo maravilhoso!

As cores do arco-íris
Tão lindas no céu
Estão também nos rostos
Das pessoas caminhando
Eu vejo amigos de mãos dadas
Dizendo: como você vai?
Eles realmente dizem
Eu amo você

Eu ouço bebês chorando
Eu vejo eles crescendo
Eles aprenderão mais
Do que realmente sabem
E eu penso comigo
Que mundo maravilhoso!

Algum dia
Eu queria que uma estrela
Atendesse meu pedido
Me levando para o além das nuvens
Deixando tudo para trás
Onde os problemas derretem
Como balas de limão
No topo das chaminés
É onde você vai me encontrar

Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá em cima,
E os sonhos
Que você ousou
Oh, porque, oh porque eu não posso?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 03:21
Eu deveria te dizer algumas verdades, quem sabe assim, você parasse de se esconder.  Possivelmente, seus altos padrões aristocráticos teriam uma função maior do que elevar seus nariz para cima da linha que divide os labios, acessórios este que apenas inebriam sentidos, mas nunca decidem por um lado. Queria poder te dizer algumas verdades, talvez só meias já me bastava. Entretanto, ainda mais, queria que eu pudesse olhar elas, razões fiéis de nossas diferenças, e esquecer de ilusões que conjugamos no verbo coletivo. Queria poder, mas não posso. Assim, apenas te ignoro, te engano com ares tão indiferentes quanto os que me ensinou, mas ainda sim me pergunto, será o bastante?

(...)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 11:06
Nenhum vintém no bolso, o coração está batendo mais rápido do que deveria e a mente a criar sistemas de defesas que variam de monstros aterrorizantes a covardias supremas. O processo de reabilitação falha novamente, começo a ver o monstro violeta em cada pedaço amargo de falta de confiança. A força se extrai do meu corpo pouco a pouco, alguém me informa que por hoje não posso tomar café, pois já não durmo a dias. Eles não entendem que não é a cafeína, eles não entendem que é impossível dormir com um coração desritmado como uma bomba prestes a explodir sufocando qualquer pensamento feliz. "Eu acredito em fadas, eu acredito em fadas" resmungo internamente, mas já não sou Alice.

Postado por Kamila Silva às 10:54

FOLHETIM - CHICO BUARQUE

Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim

E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim

Postado por Kamila Silva às 07:24
Ficha de Inscrição    
   
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC Ficha de Inscrição  Data: 21/01/2011
PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS - Prouni Processo Seletivo 1º/2011
 Hora: 11:47:56
 
  1 - Identificação do Candidato  
  Nome : KAMILA SILVA 
Número Enem 2010: : 201000031622 Dt. Nascimento: 28/03/1991
E-mail (Endereço Eletrônico) : s-mila@hotmail.com     

(...)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 05:36
Sabe, incrivelmente, sempre me surpreendi com os críticos de cinema. O que afinal eles esperam? Realmente é como se sua intenção fosse apenas criticar (redundância) sem nenhum outro conceito além do padrãozinho fechado de cultura e arte que eles tem. Assemelho-os aos pseudo-intelectuais, só que talvez eles realmente saibam o que estão fazendo. De fato pode haver melhores filmes  e talvez eu devesse assistir mais os diretores/roteiristas que eles incrivelmente, e exclusivamente, aprovam. Mas o que sei é que não entendo como alguém pode ir ver um filme e simplesmente ver técnica e, principalmente, os erros, esquecendo da história, esquecendo de senti-la e não dando o braço a torcer de que pelo menos, há um ou mais pontos que mereciam um pouquinho de crédito. Certamente existem clichês presentes, que de nada auxiliara no mundo, e que  no fim seja apenas uma distração tola,  mas o que há de errado nisso? Certamente como cinéfila maníaca eu seja uma boa administradora, o que realmente não significa nada, mas consigo ver muito além do que cores em uma tela, padrões incoerentes de como a história seria melhor contada ou de como ousaram pagar milhões para que aquilo fosse feito. Sempre lembro daquela frase: "Então, faz melhor". Porém, sendo esta critica de algumas criticas o caso sairiam pela culatra. Assim, eu realmente levanto a voz, ou o caps lock do teclado e afirmo: EU REALMENTE GOSTEI DE FILMES,  (e principalmente livros) CONSIDERADOS TRASHS E MERAMENTE POPS. TALVEZ NÃO ESCUTE ALGUMAS MÚSICAS QUE FORÇAM UM TANTO A BARRA - EM MINHA LEIGA OPINIÃO - E FALE UMA OU TANTAS ASNEIRAS SOBRE ALGUNS ASSUNTOS, MAS REALMENTE UMA HORA OU OUTRAS HAVERÃO APENAS CRITICAS CONSTRUTIVAS E A ÚNICA OPINIÃO QUE VALERÁ SERÁ DE SI PRÓPRIO PARA SI PRÓPRIO, E NÃO DE UM SUPOSTO ENTENDIDO PARA UMA MASSA, QUE NESTE CASO, DIZEM QUE FAÇO PARTE.
 (Desabafo inútil. "Sério que tudo isto foi por causa daquele filme?" - A razão acusa) 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 11:32
O CASEBRE
Todos que passavam na rua a ignoravam, apenas mais um antigo mausoléu abandonado no tempo, nada que pudesse atrair os olhos por mais de dois segundos. Era degradante, uma lembrança melancólica que o tempo passa e não há nada que possa fazer a respeito. Um pedaço esquecido da cidade que apenas ridicularizava o redor tão bem planejado pelos novos paisagistas do parque.
Parque que presenciou quando dois jovens sobre bicicletas se conheceram, quando descobriram ser de classes sociais opostas e quando nada disso importou o bastante para fazê-los desistir. Um local próximo foi escolhido, era caro demais, mas eles dariam um jeito. Trabalharia ele dias a dentro sem os pais descobrirem, controlaria todo seu tempo ao estudo, trabalho e, obviamente, ela. O importante era o significado, o símbolo que aquele prédio, parque e passos na vida de ambos. Uma época cheia de sentidos e significados. Amores perfeitos que pareciam eternos até o letreiro do cinema, novo item no entretenimento de jovens ansiosos e repreendidos, começassem a subir.
Durou três meses e quatorze dias. Os pais dela descobriram, interessados na fortuna do jovem exigiram reparação. Os dele surpreendidos pelo que eles achavam ser a inocência do filho enviaram-no a uma viagem. O desastre de se ter posses e curar feridas em outros ares, talvez os europeus ou asiáticos.
A figura do prédio então se perdeu nas memórias da jovem que se casou e criou uma família, um rapaz simples, mas de boa intenção. tedioso quando o assunto fosse qualquer outro além dele, mas ela se acostumou quando o primeiro filho nasceu e esqueceu de tudo quando os outros vieram.
Ele, casado pela terceira vez, apenas conseguiu recordar da casa anos depois, quando em um copo de bebida amarga lhe cantava histórias do trágico fim de magnatas como ele após 29, uma arma e nada mais. A jovem, já uma velha senhora, lembrou de ter lido os jornais. Mas não poderia chorar, os netos poderiam perguntar algo, e agora nada importava mais.
Alguns bons anos se passaram, na lapide dela honrarias de ter sido boa mãe e avó, nas dele, nada, talvez um aviso de que ele se encontrava em livros de história. Receberam visitas por mais alguns anos, já hoje nada mais são do plaquinhas esquecidas.
A casa foi deixada ali, os contratos posteriores de aluguel não deram certo, a velhota que o administrava morreu deixando herdeiros atropelados de compromissos que apenas se concentravam em bens maiores e iam deixando a já destruída casinha. Teria de haver reformas, isto custa dinheiro, não valeria. Todos afirmavam.

Alguns anos depois, e talvez mais alguns quarenta e tantos dias, uma moça, de nome Magnólia por causa da flor, segundo a mãe, que corrigia trabalhos dos alunos embaixo da árvore central do parque foi vista por um outro jovem, era recordado pelo sobrenome, mas os amigos o chamavam de Rico. Ele quis que ela, mesmo sem saber de qualquer outra coisa além de que os cabelos dela eram realmente dourados, o chamasse assim. Dois dias depois eles riam, uma semana depois ela levantou a mão e comentou como havia achado o casebre gracioso. Ele disse que ela via coisas onde ninguém via,  talvez estivesse certo. Três meses e quatorze dias depois eles se encontravam lá todos os dias. Até então, os créditos finais não subiram.

Postado por Kamila Silva às 09:02
Presidente do Inep é exonerado do cargo


O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim Soares Neto, foi exonerado de seu cargo após os problemas com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no ano passado e com o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), nesta semana. A exoneração do presidente do Inep foi pedida pelo próprio Joaquim Soares Neto, de acordo com o MEC.
A informação foi divulgada no Diário Oficial da União desta terça-feira. O novo nome para o cargo também foi anunciado no Diário: Malvina Tânia Tuttman, reitora da Universidade Estadual do Rio (UniRio).
Aguarda-se para esta terça uma coletiva do ministro da Educação, Fernando Haddad, explicando as razões para que a exoneração ocorresse e confirmando Tuttman como a nova presidente do Inep.
Malvina Tânia Tuttman possui graduação em Pedagogia pela Universidade Santa Úrsula, mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado em Educação pela Universidade Federal Fluminense.
O Sisu (sistema pelo qual estudantes se inscrevem para a universidade usando a nota do Enem) foi alvo de reclamações de estudantes, pois as inscrições pelo site ficaram inviáveis devido à lentidão do sistema.
As inscrições, que estavam abertas somente até esta terça, foram prorrogadas por ordem judicial até a próxima quinta, devido às falhas e dificuldades para inscrição. O resultado, que seria divulgado no dia 22 de janeiro, também foi adiado, para o dia 24 do mesmo mês.
Já o Enem passou por problemas pelo segundo ano consecutivo. Em 2010, mais de 9,5 mil participantes tiveram que realizar por duas vezes o exame, já que erros de impressão na prova de cor amarela fizeram com que fosse anulada. Em 2009, a prova foi adiada graças ao vazamento do exame.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 04:33
(...) "Um quadro desolador, provocado pela violência das águas e dos deslizamentos de morros e encostas, que resultou em mortes e danos graves à infraestrutura de estradas, ruas, prédios públicos e casas. Em determinadas localidades, temos a impressão de estarmos em uma praça de guerra". Este foi o relato feito à Agência Brasil pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, depois de ter sobrevoado nesta quarta-feira a Região Serrana do Rio de Janeiro. (...)

Mais de 250 mortos
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. Pelo menos 267 pessoas morreram nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e a Defesa Civil, em 24 horas foram registrados 140 mm de chuva, volume esperado para todo o mês de janeiro na região

[ E o que se faz agora? Reza a Deus por misericórdia, se desculpa com a 'mãe-natureza' em ações futuras ou apenas chora pelo leite - água- derramada e deixa tudo como está? Difícil é temer o que nossos 'honrados lideres' vão escolher.)

Postado por Kamila Silva às 11:38
Escrevia uma série de perguntas, daquelas minhas que não se encontra respostas em parte alguma e a não ser que você se canse delas, irão sempre te fazer compania. Seriamente, acho que já as coleciono com mais apresso do que colecionadores de selos, figurinhas e afins. No entanto, hoje, o que basicamente significa lá pelas três e tantas da madrugada, uma resposta me pareceu repentinamente, como se estivesse ali o tempo todo e o que eu tinha de fazer era apenas estar pronta para ela. Posivelmente - e positivamente- acredito que muitas outras aparecerão também, não como uma sequência, muito pelo contrário, mas como parte de um processo que eu, sem perceber, faço parte.

Postado por Kamila Silva às 18:18
SOLDADINHO DE CHUMBO - Hans Christian Andersen
[...]
O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina, que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor, mas principalmente pelo amor que ardia nele.
Naquele momento, a porta escancarou-se com violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se dissolveu completamente.
No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira, encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último instante ao seu grande amor.
Da pequena bailarina de papel só restou a minúscula pedra azul da tiara, que antes brilhava em seus longos cabelos negros.

Postado por Kamila Silva às 09:39
Sempre me disseram que eu precisava ver além das decepções, além do mundinho fechado da razão e do premeditado. Que nada era na hora e no modo que eu queria por um motivo, e quando eu perguntava qual, eles apenas diziam "um motivo maior". Nunca gostei desses motivos sem nome, digo, nunca gostei de nada que eu não pudesse nomear corretamente. Nada que não pudesse pesar os prós e contras, ou nada que simplesmente pudesse solucionar ou desistir de vez. Desisti de tantas coisas apenas por temer o desconhecido. Desconhecido este que me fez odiar a palavra mudanças. Mudanças, algo que eu podia nomear, mas não controlar ou argumentar. Entretanto, sempre fui péssima nos argumentos. E neste texto irracional, apenas informo como lembrete a mim mesma que um pequeno fato pós mudança é bom, pois mesmo que algo não tenha dado certo, há posivelmente este lado positivo depois. Pelo menos um, pelo menos meio. Ou até um quarto, mas bom.
Assuma que sorriu neste dia, que deixou os dedos deslizarem pelo teclado de uma meneira que não fazia a dois anos - quase uma eternidade - e que mesmo que nada tenha saído como planejado, ainda houve um motivo maior. Apenas um motivo, maior.

Postado por Kamila Silva às 09:14
Como pagã, danço embaixo do sol, da lua e do teto. Cruzo as pernas, sento sobre elas, canto ao sol raiar, mas a voz soa ritmica e destemida. Lugares exóticos em rios da América Latina, cruzo montanhas e respiro o ar puro com a mochila nas costas. Há animais por toda parte e um verde e dourado me doem os olhos. Subo escadarias, desço quedas dágua e riu sobre o prédio. Choro sobre mitos esquecidos, namoro estrelas que foram almas e descubro que não restou parte alguma desta terra sem sangue. Volto ao ponto central, enumero teorias de respeito e me esqueço do mar verde que morre mudo. Não falo tupi, nem mesmo escrevo o português, enamorei-me do branco e preto e esqueci, repeditamente, quem sou.

Postado por Kamila Silva às 09:02
O QUE VOCÊ FARIA? - LENINE

Meu amor
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
 Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria pr'um shooping center
Ou para uma academia?
Prá se esquecer que não dá tempo
O tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Travanca da delegacia?
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 09:28
Não sei se é o sol após dias cinzentos, ou se basicamente são as noticias de que a primeira semana já se foi. Sei apenas que as noticias dos jornais não incomodaram tanto, que a fila quilometrica do banco foi engraçada e que o garoto-homem da vitrine da loja de materiais escolares foi pouco sútil me convidando para um almoço, do nada, mas satisfatório ao ver que quando eu disse um não, ele queria que eu realmente dissesse outra coisa. Mesmo que os cabelos estejam bagunçados, que eu esteja acordada desde as sete naquele trabalho temporário ou que não saiba para qual universidade que vou. A primeira sexta feira sempre parece bela o suficiente para um picolé de frutas.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 09:33
VOCÊ VAI LEMBRAR DE MIM - NENHUM DE NÓS
Quando eu te vejo
Espero teu beijo
Não sinto vergonha
Apenas desejo

Minha boca encosta
Em tua boca que treme
Meus olhos eu fecho
Mas os teus estão abertos

Tudo bem se não deu certoEu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora com certeza eu enxergo
Que no fim eu amei por nós dois

Esse foi um beijo de despedida
Que se dá uma vez só na vida
Explica tudo, sem brigas
E clareia o mais escuro dos dias

Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora com certeza eu enxergo
Que no fim eu amei por nós dois

Mas você lembra!
Você vai lembrar de mim
Que o nosso amor valeu a pena
Lembra é o nosso final feliz

Você vai lembrar...
Vai lembrar...sim...
Você vai lembrar de mim.

Postado por Kamila Silva às 09:17
Os julgamentos viraram regra, de repente, tudo o que podia ver era os trejeitos que lhe irritavam, do livro fora do lugar a camiseta bem passada. O que antes havia sido o motivo por um sorrisos, se tornara um virar de olhos, e assim, onde tanto houvera amor, restou apenas a ninharia de um relacionamento banal, igual os que prometera nunca ter. Monica analisava as contas do mês, eram mais interessantes, mas quando avistou ele com o buque na entrada da porta teve certeza, havia acabado, mas ambos fingiriam, o quanto pudessem, que não.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 15:26
Estar entediado é engraçado, espera-se que algo extraordinário aconteça. Mesmo sem querer, talvez até a ousadia de uma palavra. uma troca de olhares, um balançar de pernas embaixo da mesa. Ele no canto fitando os copos sobre o balcão e depois os sapatos estranhos dela. Há uma certa mágica em se estar entediado, mas ainda mais no depois, onde o tédio se esvaire e sobra apenas os olhares e as pernas.

Postado por Kamila Silva às 13:02

LINDA ROSA - MARIA GADU (Composição de Gugu Peixoto e Luis Kiari)

Pior que o melhor de dois
Melhor do que sofrer depois
Se é isso que me tem ao certo
A moça de sorriso aberto
Ingênua de vestido assusta
Afasta-me do ego imposto
Ouvinte claro, brilho no rosto
Abandonada por falta de gosto
Agora sei não mais reclama
Pois dores são incapazes
E pobres desses rapazes
Que tentam lhe fazer feliz
Escolha feita inconsciente
De coração não mais roubado
Homem feliz, mulher carente
A linda rosa perdeu pro cravo

Postado por Kamila Silva às 12:41

Em Atibaia já choveu 50% do
volume esperado para janeiro

Chuvas já deixaram mais de 120 pessoas desalojadas na cidade

Em Atibaia, interior de São Paulo, já choveu 50% do volume esperado para todo o mês de janeiro. As chuvas já deixaram mais de 120 pessoas desalojadas, segundo informações da prefeitura nesta quarta-feira (5). O volume do Rio Atibaia está três vezes acima do normal.

Quase 450 casas foram atingidas em 11 bairros da cidade - Jardim Kanimar, Guaxinduva, III Centenário, Parque das Nações, Vila Mira, CTB, Estoril, Ponte, Jardim Sueli, Caetetuba e Vila São José.

A prefeitura pede que a população colabore com as vítimas das enchentes doando material de limpeza, higiene pessoal, água potável e roupa de cama e mesa. As doações devem ser entregues na Casa da Solidariedade de Atibaia.

Há previsão de chuva até o fim de semana. A prefeitura oferece paletes para erguer móveis e, caso necessário, caminhões de mudança para aqueles que precisarem deixar as residências. Alojamentos estão sendo preparados pela equipe de assistentes sociais, caso haja necessidade, de acordo com o governo municipal.

Em 2010, o volume de água do rio também subiu e provocou alagamentos na cidade. Porém, o problema ocorreu porque a Sabesp liberou um grande volume de água no rio, pois as represas de Nazaré e Piracaia estavam cheias. Na época, a Justiça determinou que a empresa realizasse serviços de limpeza e desassoreamento do curso d'água, o que preveniria novos alagamentos.

(E depois de toda repercussão em 2010, nada foi feito? Familia novamente perdem tudo - o pouco- que tinham, enquanto atitude nenhuma é tomada. Apenas três dias de chuva conseguiram fazer um estrago que se  assemelha ao mês de janeiro e fevereiro do ano anterior, assim, considerando que é comum que se chova nesta época, o que está, de fato, ocorrendo? Teorias conspiratórias invadem bares e ônibus enquanto a imagem que avistamos é a preocupação e e o desinteresse em medidas iguais. Talvez menos liminares judiciais e mais atitudes conscientes ajudassem, talvez.) 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 08:10
Alavanquei meu estado de espirito, acordei suplicante por vida e me encontrei com pormenores que deixei por fazer. Tudo estava ali, a minha espera, paralisado até que minhas leituras acabassem e eu pudesse conseguir abrir os olhos sem mentalizar o que não aguentaria. Mas já despertei, avisei enquanto encarava o céu cinza demais, e espero assim estar até que a estação novamente mude.