quinta-feira, 12 de julho de 2012 - Postado por Kamila Silva às 11:13
Tento, de todas as maneiras, fazer você querer ficar aqui. Engulo meu orgulho, apago os maus pensamentos e até resmungo algumas palavras de teor moralmente duvidoso, pelo menos para as santas de criação católica que eu deveria ser. Não é suficiente. Percebo claramente e muitas vezes condeno como erro meu. Está certo, todas as vezes condeno como erro meu. Mas, por um segundo, ou menos que isso, te pergunto: é mesmo? Não foi você que me procurou primeiro? Que me viu distraida e quis ocupar o espaço tão exclusivamente vazio que, por ventura do destino, calhou de estar desocupado? Estava tão bom daquele modo, digo, não bom o suficiente para acreditar que era melhor daquela forma para o resto da minha vidinha, mas bom o suficiente para entender que é melhor do que o modo que está agora... Confuso, eu sei. Sou assim todo o tempo, e neurótica e complicada, mas nunca pra você, pois como um se fosse mentalmente incapaz - sutileza para débil mental - fico facilitando tudo. Calando meus anseios  e crises existenciais só pra fazer com que não enxergue a confusão nebulosa que eu sei que é a minha cabeça e fuja. Não é suficiente, mais uma vez. Tua vida está pronta, digo, nunca me prometeu nada, acho que até me avisou com aquela história de "sem estragar a amizade". É, pois é, culpa minha de novo. Mas e antes de chegar a tal ponto, fui eu também?  Todos esperavam por esse momento, digo, quem é que nunca olhou para o meu passado desamoroso e disse "Calma, quem vai sofrer uma hora é você...". Talvez seja isso... um grande plano, o troco final, culpa minha! Engraçado, deve ser, mas nesse segundo não acho a menor graça... As mensagens rotineiras não vieram, o seus cumprimentos de "boa noite anjo" se extinguiram e os pensamentos de que está sorrindo ao lado 'dela', o 'ela' que te tem posse, apenas completam a sensação clichê que eu nunca queria passar. Mas então porque quando se aproximou, meu cerebro não foi suficientemente capaz de perceber e pensar - como tão habilmente insiste em fazer o tempo todo - e concordar "É, melhor não estragar a amizade, boa noite, tchau e não me liga!"? Minha culpa, minha culpa, minha culpa! Ou do meu coração, não sei. Isso é, se é para ter sido desse modo, por que tinha que acontecer? O que vão me dizer é "todo mundo tem que passar por isso", ou "que o tempo vai curar", claro, sem esquecer os mais maldosos e verdadeiros, que irão declarar que eu "sabia que aconteceria antes de fazer"... É, eu sempre esperei que acontecesse, mas agora, fato e completo, me pergunto por que não podia estar errada? E, poxa, por que é tão errado eu querer estar errada? Concentro-me no tal discurso do "vai passar" e vou esperando que passe, o sentimento, as lembranças e até a culpa... Mas, me diga, antes que eu enlouqueça mais do que o insano que jã sou e não conhece, quanto tempo demora para te esquecer? Para não querer que fique? Percebo, tolamente, que não é esse segundo. E talvez não a próxima semana e ridiculamente não o próximo mês que volto a te ver... Assim sendo, me ajuda razão supervalorizada, e apenas me de forças para evitar a crise de adolescência tardia e mandar mais uma mensagem... Nem que seja só mais uma de bom dia.