terça-feira, 17 de abril de 2012 - Postado por Kamila Silva às 21:06
Queria dizer tantas coisas pra ti, de verdade. Não, não é a coragem que falta, aprendi a te-la na marra em muitos casos e em outros tu mesmo me ensinou. Lembra que me dizia que sempre que eu fugia – acontecimento de certa frequência – o motivo da fuga me encontraria depois?  Só sei que tu não me achou e isso é algo que eu não consigo entender.  Ou pior, você estar, mas não do meu lado. Não do modo que todos sabem, ou melhor, nos sabemos, ser o certo. Você nunca gostou do certo e agora vai se rebelar até que não seja mais a hora... Sinto dizer, mas vou torcer para que passe rápido, afinal, acho que finalmente cansei. Sim, até das conversas, dos risos, do modo que parece tudo ficar mais fácil quando esta por perto. Cansei de esperar que se interesse, que deixe seu tédio de malandro paulista desgovernado a ponto de sentir minha falta e que sempre orgulhoso demais me de um sorriso sem jeito e disserte o quão difícil é sua vida. Mas ela não é e nunca foi. E sabe, vai ter que encontrar outra pessoa para ver tudo que esconde, pois meus ares sherloquianos ficaram fechados para balanço em relação a você, e quando alguém nem ao menos notar a curva ligeira que faz com os lábios ao estar chateado espero que realmente lembre que eu adorava zombar dela a ponto de te fazer rir. Não por vingança, não é isso, mas realmente um anseio de perceber que raramente vai achar alguém que te ve além do seu cabelinho bonito e guitarra elétrica. Como diria a Bernardi, dá ta certa dó de ti. E só meus nervos sabem o quão você sabe aproveitar disso e fazer cara de pobre coitado que precisa de carinho. É um ponto a seu favor: não vai faltar mulher dando isso pra ti, ou dando qualquer coisa, para ser sincera. Não, também não vou sentir ciúmes ao pensar nisso e nem na falta de seu jeitinho de dizer que era hora de ir pra cama em noites frias. Sabe, a noite ta fria hoje e o mundo caiu nas minhas costas, mas você não esta aqui. Será que entende? Não, mas vai entender quando aparecer novamente na minha porta bêbado e eu te deixar lá fora. Sei que duvida e sei que nos próximos dias, ou talvez meses, eu duvide de mim também. Sei que resistirei bravamente a responder os dois milhões de sms´s que manda, de atender as ligações no meio da madrugada ou de quando sair mais cedo da sua aula de Trabalhista e dizer que precisa escutar minha voz eu simplesmente dizer que estou muito ocupada pra ti. Exato, mais do que tudo, eu quero estar muito ocupada pra ti! Mesmo que isso signifique a novidade assustadora de ficar sozinha por um tempo em companhia de um livro, musica ou sorvete, de desligar os sorrisos programados e perceber aquele loiro incrível que me faz bem e dar a mão a torcer que pode ser assustador começar de novo, mas mais errado é esquecer muito do que acredito e ceder a seus encantos toda vez que aparece. Hoje faz três meses que estamos nesse “quase” separados, nove meses que estamos nesse “quase” juntos e acho que finalmente nasceu. Nasceu minha vontade de te dizer essas confusas palavras que só esclarecem que o tempo vai passar de novo e de novo, e que quando perceber que a hora certa passou, essas que até seus amigos da balada da Augusta admitem ser, e sentir um pouquinho de desprezo pela sua falta de capacidade de perceber que foi tudo por sua típica vontade de contrariar, de fugir dos seus próprios sentimentos e duvidas, que a falta de coragem foi sua e por isso eu não vou estar mais ali. Ironico, eu sei, mas como ama dizer, o que seria da vida sem as ironias?!