quinta-feira, 18 de agosto de 2011 - Postado por Kamila Silva às 10:53
-Desabafo
E por que aparecer? E por que não? Teria mil e uma desculpas para entregar a mim de meu sumiço. Sim, pois foi para mim que as falhas foram feitas. Faltas gravíssimas que abrangem muito além de um espaço virtual abandonado,ou pior, preenchido por preencher. A propósito, o espaço que abandonei nos últimos dias, e para não dizer nas ultimas próximas e longínquas semanas ou mais, é bem físico; tem um metro e setenta e três e uns bons quilos de massa corpórea. Enfim, no final das contas um piloto automático extraordinário de rotinas e hipersensibilidade me atingiu, um grito sufocado de desespero do sem sentido que se escapa embaixo do chuveiro e em noites quietas, um plenitude do respirar para existir.
Bom, ainda são desculpas, eu sei, mas parece melhor do que explicar uma correria banal que acomete a todos que no sistema capitalista lutam para "vencer"... Acordar, Trabalhar, Estudar, Faculdade, Curso, Chefe, Colegas, Telefone, Campainha, E-mail e Transporte Coletivo! Tudo indicando horas e horas que nos desculpamos como construção de algo futuro. Futuro quando? Futuro para que?
Uma grande amiga me disse que isso é devido um choque "por ter sido muito rápido essa alteração, uma hora adolescente, outra adulta", mas mesmo que levasse anos, faria diferença?
Será que realmente com o tempo há a possibilidade de acostumar-se? Acomodar-se? Palavras terrível que me condena. Certamente me acomodei nas possibilidades ultimamente, num sentido de maré que sempre se assemelha ao caminho mais fácil, no entanto, é impressão minha ou simplesmente estar ali, imperceptível em sua própria vida é quase como uma ofensa? É uma ofensa!
Todavia, ainda há apenas 24 horas no dia, eu ainda tenho contas a pagar e um trabalho assim que o sol raia e uma madrugada com projetos de um curso universitário que mais parece se encaixar com essa forma errante, e nos outros tantos minutos cronometrados se perdem pouco a pouco os sonhos do que se quer imaginei a uma jovem idealista de um mundo melhor.
Não viajarei o mundo? Não terminarei meus livros? Não terei uma paixão em cada canto desse mundo? Não mudarei o mundo? Não sonharei?
A única impressão que tenho é que a menina de onze anos que fui, madura demais para idade, apenas ri cinicamente, ironicamente e tristemente do que os mesmos óculos de grau, baixo e indispensável, agora vêem.