domingo, 5 de maio de 2013 - Postado por Kamila Silva às 21:08
Uma luz desligada do lado de dentro, apenas uma vela acesa e uma taça de vinho. Uma única taça de vinho. Rascunhos jogados longe e a música ecoando como convidada bem vinda. Dançam lá fora, é noite de festa. Tem que terminar o desenho, a poesia, a nota dó. Um corpo dorme cansado no sofá estampado, as rugas impertinentes da idade surgem nas mãos que seguram a caneta. Uma cronica é escrita pela madrugada em um quarto tão escuro quanto esse. Uma crônica rápida,  apenas uma fotografia, apenas mais talento. Ele passou, o dinheiro veio, a taça esta vazia. Ela nunca devia ficar assim.


Postado por Kamila Silva às 20:49
E se eu te esqueço, como fico? A sensação passa, os dias parecem melhores, tudo se acalma, tudo está bem. Mas ai, no exato segundo em que te vejo; melhor, no exatos minutos antes de te encontrar, só de saber que esta vindo, meu coração vibra com a mesma frequência do início, sentido e compreensão de vida. Fico nervosa, as mãos tremem, travo o rosto, mas o sorriso brota e a língua se solta em um "olá". Vou te esquecer, vou me obrigar a ficar no estado dormente de quem não dança no salão até que alguém me faça sentir novamente. E esse alguém, conseguira transmitir na mesma estação em que estou? Do mesmo modo que sem querer você apertou no radio e simplesmente conseguiu escutar perfeitamente? O jazz ecoa da minha alma só de te imaginar, meu corpo vibra nos seus dedos como o saxofone que ecoa na melodia imprópria aos ouvidos de damas comportadas. Da dama que esta na sua cama hoje e que te suplica juras de amor que nunca dará a mim. Só tenho um jazz de radio pirata, ela tem Frank Sinatra. Você diz que não dançaria aquela valsa, mas sei que irá. Aretha Franklin berra no meu ouvido, tento despertar, tenho que parar  com isso, mas como faço? Janes Joplin se constrange com poder alucinógeno que seu sorriso causa em mim, mas nada, nada, tira esse ruído de milhares de decibels mudos dentro do meu sistema cardiaco quando se aproxima, afinal, é sangue, desejo, amor e calmaria, tudo junto e ritmante ao som de uma música. Sim, uma música impropria aos ouvidos de moças comportadas. Eu devia ser uma delas, mas e se te esqueço?

Postado por Kamila Silva às 06:43
“Não sou um bom escritor, porque eu não escrevo para todos, escrevo pra quem entende que a qualidade de um texto não está nas palavras difíceis, mas sim, no sentimento sincero ali contido. Não agrado a todos, mas eu me agrado, e vai ver que o importante é isso, porque no fim, não existe realização maior do que estar feliz consigo mesmo. É isso que faz valer a pena.”

— Sean Wilhelm