sábado, 8 de janeiro de 2011 - Postado por Kamila Silva às 09:14
Como pagã, danço embaixo do sol, da lua e do teto. Cruzo as pernas, sento sobre elas, canto ao sol raiar, mas a voz soa ritmica e destemida. Lugares exóticos em rios da América Latina, cruzo montanhas e respiro o ar puro com a mochila nas costas. Há animais por toda parte e um verde e dourado me doem os olhos. Subo escadarias, desço quedas dágua e riu sobre o prédio. Choro sobre mitos esquecidos, namoro estrelas que foram almas e descubro que não restou parte alguma desta terra sem sangue. Volto ao ponto central, enumero teorias de respeito e me esqueço do mar verde que morre mudo. Não falo tupi, nem mesmo escrevo o português, enamorei-me do branco e preto e esqueci, repeditamente, quem sou.