segunda-feira, 7 de março de 2011 - Postado por Kamila Silva às 17:53
Queria ser amante de Proust e Almodavar, porém tudo que consigo é ficar irritada com o meu telefone que não toca, com o meu corpo que suplica por um momento de desintoxicação e com aquela foto lamentável que não diz nada além do nada. Leio livros ignorados pelos ditos cults, sou péssima em entender filmes, não sou boa de ouvido para desvendar músicas, não sei nada de hqs ou videogames, no entanto, engano bem. Digo, você acha que eu sou uma garota comum? Não, você pensa por um instante e até acredita naquela meninas quieta, tomando seu café preto e esperando pelo próximo filme do russo desconhecido. Mas não, eu não sou ela. Mas também não sou a garota bonita, ou ao menos bonitinha, que chamara sua atenção com uma camiseta e um rabo de cavalo. Certamente nem chamarei sua atenção, e me odeio por isto. Não por que o cinza me cai muito bem, mas por que eu me importo de como ele fica em mim. De como eu assisto a Tv e seriados americanos, como sou péssima com argumentos e como não consigo me imaginar em qualquer outra situação que não seja no minimo o cúmulo do ficticio. Éngraçado, o mundo inteiro pensa em homens, amor e sexo. Eu faço parte do mundo. Eu penso nisto, mas a liberdade e o alivio não vem depois da confissão. Vem a confusão ritmada de não entender quem eu sou, com o que me importo e o que vou fazer.
Sério, pensar apenas em homens, amor e sexo deve ser bom... e fácil.